domingo, 5 de setembro de 2010

Em busca da GIGI

Depois de pormenores de logística resolvidos, iniciámos a nossa aventura da "Busca da Gigi"!!!

Saímos do Cazal d'Amoreira ás 10H30 de sábado, dia 16 de Janeiro de 2010.



Apesar da Ducatto ir vazia de carga, revelou-se de uma comodidade notável!


Fiz o primeiro "quarto", como se diz na gíria náutica, até à entrada de França. A partir daqui o Ricardo "tomou as rédeas" até Marselha, revezando-nos, a partir daí, com regularidade.

Em França e Itália pagámos classe 2 nas portagens nas auto-estradas porque o furgão tinha mais de dois metros de altura.

Raiava a manhã, quando entrámos em Itália.

Bom presságio foi avistarmos o túnel "Belvedere", na "Autostrada dei Fiori"...


Depois de Génova e ao subir as faldas dos Alpes até à zona de Alessandria, deparámos com neve, mas os limpa neves tinham feito um bom trabalho e a tempo.


Durante a viagem deliciámo-nos com os petiscos da "Vó Ni", que nos fez estar atentos e reconfortados.

Mais ou menos... porque o Ricardo, depois de descansar, decidiu comer um ovo cozido, uma banana e um RedBull (que lhe daria asas...) para ficar acordado no seu turno de condução!
O turno foi mais coisa menos coisa de uns 10 minutos, pois... encostou e trocámos novamente, enquanto ressonou mais uns bons kms!
Em vez de "asas", deu-lhe "azzzzzzzzZZZZZas..."


Quando estávamos na zona de Brescia, Enrico (o vendedor) telefonou-me para saber se a viagem estava a correr como previsto. Agradeci a preocupação e aproveitei para perguntar da viabilidade de "carregarmos" a nossa Gigi nesse dia, apesar de ser Domingo, de forma a sairmos mais cedo, no dia seguinte, de regresso a Portugal.
Ele concordou e marcámos encontro no "Hotel da Gigi".

Chegámos ao nosso destino, pelas 12h00, horas locais.


Fizemos cerca de 24h de condução contínua a uma média de 110km/h, com algumas paragens para reabastecermos e fazermos os "dumpings" necessários.

Tomando em conta a viatura em questão e os radares espalhados durante o percurso, nada mau...!

Depois de guardada a bagagem no quarto, fomos almoçar "como gente"!

Passados alguns minutos, apareceu o Enrico. Pessoa simples e simpática (lembrando um dos "reporters" do "Curral de Moinas"...).

Encetámos conversa muito agradável, como se fôssemos amigos de longa data!
Estávamos ansiosos de sermos apresentados à nossa "Gigi"...
No final do almoço, lá fomos.

Ao fim de uns quilómetros, lá estava "ela", acorrentada como uma cachorrinha...


Fiquei satisfeito porque a descrição feita pelo Enrico, era a mais exacta possível!


Estava muito ferrugenta nos fundos, guarda-lamas, para-choques, etc., mas completíssima!


Notava-se que teria estado imobilizada durante muitos anos!


O motor estava muito sujo e babado, ainda agarrado à caixa de velocidades.


Várias caixas de cartão, tinham peças soltas e algumas tinham sido reparadas e prontas para instalar.

Segundo me informou o Enrico, tinha iniciado o restauro, mas desistiu porque, como "alfista", não sentiu força anímica para terminar a tarefa por este ser um Fiat.

Como a viatura estava desarmada parcialmente, tive de reconstruir o "puzzle" mentalmente, o que não é nada fácil!


Em casa, tinha feito um "check-list" das peças e acessórios, o que me deu muito jeito.




Entretanto o Ricardo de máquina na mão, mais parecia o fotógrafo do "Close Up", fazendo uma reportagem completa destes momentos cruciais.


Após conferência de documentos e pagamento do "resto", iniciámos o carregamento da "nossa" Gigi!



As medidas, previamente calculadas, conferiram, o que nos deu oito centímetros (!) de folga no comprimento, quando "enfiámos" a Gigi na caixa da Ducatto.

Bem amarrada (não fosse ela "arrear" em andamento, com algum arranque mais brusco), e com o motor caixa e restantes elementos devidamente acondicionados, passámos à cerimónia da entrega das chaves e da troca de brindes.


O Enrico levou como oferta uma garrafa de Vinho do Porto (10 anos), que o deixou muito sensibilizado, de tal forma que ao despedir-se do Ricardo lhe aplicou um "baci", que deixou este sem jeito...!

Ao informar o Enrico da nossa pretensão de, no dia seguinte, ir a Pádua comprar algumas peças, disse-nos que tal não era necessário porque havia lá em Santo Stino uma boa firma que tinha tudo e, talvez com melhor preço. Levou-nos a ver a sua localização, que ficava a poucos quilómetros dali e fixámos o endereço para lá irmos no dia seguinte, antes da "grande cavalgada" de regresso.

Despedimo-nos, com a promessa de lhe enviar notícias.

Voltámos para o Hotel e, depois de verificarmos os reapertos da Gigi, fomos descansar até à hora de jantar.

Saímos e depois de uma volta pela pequena cidade, deliciámo-nos com um lauto jantar, bem regado com excelente vinho da região do Veneto, para comemorar a compra e fazendo votos de uma viagem de regresso segura e concretização do restauro da NOSSA Gigi!

Quando regressámos ao Hotel, falando com o proprietário, perguntámos o porquê do nome do mesmo. Explicou-nos que anteriormente o Hotel era do avô dele e que lá na terra, era carinhosamente tratado pelo diminutivo do seu nome: "Luigi" = "Gigi". O "da" em italiano quer dizer "do", em português.
Portanto, afinal o Hotel da Gigi, não quer dizer outra coisa senão: Hotel do Luisinho!

(Por vezes fazem-se juízos errados e precipitados...)

Ficámos mais descansados e... caímos na cama que nem uma pedra!!!


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7 comentários:

  1. Curiosissimo para os novos episodios da saga (que conheço relativamente). Parabens. Vai em frente.
    Aquele abraço

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  2. Ao ver o "estacionamento" da "Gigi", fiquei à espera da fotografia com ela a ladrar e a dar ao rabo!

    Só não posso estar de acordo quanto à mudança de sexo da aquisição, Luigi!

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  3. Uma Odissseia digna destes "Ulisses".

    Tavas a pensar que no Hotel ias encontrar a Gigi???? Malandrão

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  4. Coragem,aventura,vontade de trazer a GIGI,quando funciona, dá os frutos que em tal aconteceu,Concerteza que a GIGI tambem está orgulhosa.

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  5. Muito bom, quando a Gigi andar temos de ir ao Autódromo fazer uns tempos, :)
    Fora de brincadeiras acho que está um projecto espectacular, força.
    Filipe Silva

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  6. Morei em Santo Stino di Livenza, conheço o hotel.... sou nascido no Brasil mas a minha família materna é italiana e originária de Santo Stino di Livenza.... abraços

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