quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O regresso a casa com "la vechia Italiana”

No dia seguinte, acordámos com o espírito dos miúdos, quando se levantam na manhã do dia 25 de Dezembro!

Apesar de sabermos o que “tínhamos no sapatinho”, queríamos saber como a Gigi tinha passado a noite!
Fui à janela e verifiquei que estava tudo em ordem.
Tinha nevado ligeiramente, o que estava previsto, pela meteorologia.

Depois de um prolongado duche, arrumada a tralha e tomado o pequeno-almoço, despedimo-nos do confortável Hotel e fomos para a Época Car, fazer compras para a Gigi.

O “pronto-a-vestir” era simplesmente enorme!

Nós que cá lutamos por uma pequena mola, parafuso ou pára-brisas de um automóvel antigo, entrar naquela casa é como entrar numa “grande superfície comercial”, onde se tem tudo quero dizer, mesmo TUDO, para Fiat e carros italianos, claro!
Ficámos espantados com a existência e igualmente com a simpatia do “Sig. Roberto Picoli”, que nos tratou como se fôssemos “velhos amigos” da casa!
A nossa preocupação era comprar a “lingerie” da Gigi, pois os seus “fundos” estavam rotos (de ferrugem), assim como as “saias” (embaladeiras e patins), “aparelho digestivo” (escape completo) e alguns itens que seriam de grande dificuldade em obter “cá em casa”!
Lá conseguimos arrumar, com alguma dificuldade, todas aquelas compras e depois de comprarmos uns frescos para a viagem num supermercado vizinho, metemo-nos ao caminho!

Estava um dia soalheiro!

Um bom dia para viajar!

Passámos ao lado de Veneza, lamentando não ter possibilidades para lá ir, de novo… nem com a companhia que ficou em casa!
Fica para a próxima!

Depois de deixar as auto-estradas do Vale do Pó, fomos confrontados com um dos maiores perigos da condução: o nevoeiro!


Mas assim que iniciámos a descida para a A-10 (Autostrada dei Fiori), tudo melhorou e ficámos um pouco mais descansados.

Tivemos a oportunidade de gozar as paisagens maravilhosas das costas do Mediterrâneo.


Nesta imagem, vê-se a zona de Montecarlo, onde "já fui muito feliz"...!

Aqui ainda não tínhamos a certeza qual o trajecto a tomar: se o da vinda por Toulouse, Pau e Norte de Espanha (mais perto e mais barato), se por Barcelona, Madrid e Badajós.
Optámos por esta última, para variar.

O Sol já nos tinha deixado para os lados de Marselha. Por isso a paisagem não teria interesse.
Após passarmos a fronteira espanhola, deixámos a “autovia” e fizemos um “short cut”, directo a Madrid.
Nos Pirenéus, se não fosse a chuva, até seria interessante a condução, mas o pior é que, de novo, o nevoeiro nos pregou a partida… Serviu a ajuda de uma ambulância da zona, conhecedora da estrada, que nos foi a “guiar às cegas”, durante largo período de tempo.


Nessa altura lembrei-me daquela história do automobilista que numa noite de nevoeiro cerrado, também aproveitou a “boleia” de outro, mais bem equipado de luzes e conhecedor do caminho.
Depois de vários quilómetros de andamento rápido e de várias curvas mais ou menos apertadas, o da frente trava de repente e ele não conseguiu evitar, "enfiando-se" na sua traseira.
Saiu do carro e pergunta ao “guia”: - “Então, a conduzir tão bem durante tanto tempo e de repente trava desta maneira?”
Respondeu o outro, olhando à volta: - “Na minha garagem…?”

Eh, Eh!

Mas desta vez, não entrámos pelo Quartel dos Bombeiros locais, sem convite...!

Fartámo-nos de rir, o que veio "quebrar" a tensão do momento e "despertar" mais a atenção.

A passagem por Madrid foi pacífica.
Depois de uma paragem de cerca de 30 minutos numa área de serviço, voltámos à estrada.

O Ricardo, que conduz muito bem, dorme ainda melhor!
Pode-se dizer, que dorme em "cima de uma cabeça de alfinete" e é rápido a adormecer: Nem o “Red Bull” faz efeito, conforme se viu anteriormente.

Mas mesmo assim, andámos rápido, dentro dos limites e com cuidado.
Ou não fosse a “la vechia italiana” enjoar…

Como em Espanha não pagámos portagens, excepto da fronteira (Figueres) até Girona, aproveitámos para fazer contas das despesas com as mesmas.

Chegámos à fantástica (e triste) realidade:

Em Portugal as portagens são o DOBRO das de Itália e de França!!!

Se não, vejamos:
Em Itália, de Ceggia (Ve), até Ventimiglia (Im) – 575km, pagámos classe B (equivalente à nossa classe 2): 43,40 € (0,075€/km)
Em Portugal, de Elvas ao Pinhal Novo - 176 km, pagámos classe 2: 26,25€ (0,149€/km)

O DOBRO, como se pode verificar!

Mas o que mais revolta, não é só a diferença de rendimento “per capita”, nem o facto das ajudas europeias que foram dadas para a construção das nossas auto-estradas. É que, não se compreende vendo as magníficas obras de engenharia que são as dezenas de túneis e viadutos (como exemplo na "Autostrada dei Fiori"), obras que têm, certamente muito mais custos de manutenção que as “planuras alentejanas”…
Dá que pensar!


Sem percalços de maior, chegámos às 12h50 de terça-feira, ao Cazal d’Amoreira, ao fim de 23h16 de viagem para 2.527 kms!


Confirmado nos instrumentos da Ducatto.

Não posso deixar de reafirmar que o tempo das "viaturas de carga”, que é disso que se trata, já lá vai! Esta Ducatto, passando a publicidade, demonstrou que se conduz (quase) com o conforto de um “automóvel estradista”!
Foi uma boa opção, sem dúvida!

Assim que chegámos e depois da recepção calorosa aos “Navegantes Lusos”, fomos descarregar “ La Italiana” pois tínhamos de devolver a Ducatto.


Depois de um almoço com "garfo e faca”, apresentámos a “Italiana” à família:


Ficou toda a gente impressionada com a quantidade de ferrugem e trabalho a executar!

Mas "isso" fica para os próximos capítulos...

Até lá!


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2 comentários:

  1. Que mau feitio! Autoestradas caras em Portugal? Deviam aumentar as portagens porque o saque não pode parar!
    Quantas vezes está paga a ponte sobre o 25 de Abril? E a portagem aumenta todos os anos... É cá uma Brisa!

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  2. São estas aventuras que ficam!
    Bjo, Rico.

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